domingo, 11 de outubro de 2009

Maldito Telefone

Eu não tenho certeza de qual seria minha escolha. Na verdade, se isso estivesse em minhas mãos, seria um dilema eterno. Não iria querer magoar nenhum dos dois, mas acabaria por magoar ambos. Às vezes a escolha é a coisa mais difícil de se fazer, mas não deixa de ser a única solução. Era tão mais fácil quando ele foi embora, porque não tinha que escolher. A dor estava cicatrizando. O tempo estava passando. E havia outro foco. O novo foco era seu sorriso, seu jeito despreocupado, seu olhar doce. Aquela pessoa eternamente feliz que aquecia quem estivesse por perto. Eu estava feliz... ela estava feliz, nosso sol particular estava feliz... mas, e ele? Vendo através dos olhos dela, ele estava oculto... longe. Então não sabíamos exatamente o que estava acontecendo com ele. Não sabíamos que ele estava sofrendo, ou que havia desistido de viver. Havíamos até esquecido sua existência, e ela não tocava no nome dele... até o maldito telefone tocar.

Tudo bem, admito que o meu favorito tinha lá seus defeitos. No decorrer dos fatos, ele já não era mais tão perfeitamente feliz e doce. Estava um pouco armargurado ao descobrir que todas as fantasias que envolviam sua história eram verdade. Mesmo assim, ele ainda era agradável. Ainda me fazia feliz saber dele, torcer por ele... até o maldito telefone tocar.

Então veio a dor. A dor da divisão, a dor de magoá-lo, a dor de não ver mais seu sorriso largo e inocente. E agora, o que restou de meu amado? Um personagem secundário deixado de lado ganhando como reconhecimento apenas um compromisso eterno com um ser desconhecido por nós para se conformar com a perda depois de tanta luta e dedicação?

Sempre há lamentações. Nunca nada é perfeito. Alguém tem que perder. De certo, não importa como ocorressem os fatos, nunca ficaríamos satisfeitos. E embora ainda tenha a ferida aberta pelo sofrimento de meu preterido, confesso que os caminhos não poderiam ser outros. Quem dera ele nunca tivesse existido...

... não... se ele não existisse, o encanto não seria o mesmo. Então, pouse a lembrança revivida a cada releitura em meu coração, para que seu calor também aqueça minha alma.

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