sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Último Post de 2011: METAMORFOSE

Eu tenho fagulhas de esperança
Fé em brasa
E amor em chamas





Sou incandescente em meu âmago
Mas puro gelo aparentemente



Meus olhos fervem
Mas a luz poucos podem ver



Sou a inverdade real
Uma insígnia do mal
Entre todos, a verdade fatal


Do primeiro dia deste ano ao último
Se eu puder colocá-los lado a lado
O choque será extremo


O que eu fui no primeiro mês
E o que eu sou agora
Posso comparar a agua e vinho


Eu era uma santa em redenção
Transformando-se aos poucos
Num demônio em destruição


Meus planos puros e inocentes
Deturpados pela mancha negra
De atitudes inconsequentes



Fui de ovelha a fera
Rugi desde a aurora
Rasguei os céus com meus gritos de dor
E o ódio em perder outro amor



Auto destruição pelo fogo
Deixei-me queimar
Cheguei a cinzas
E com um último lampejo
Renasci



Menti, briguei, enlouqueci
Mas em brasa, tive forças para progredir
Meus medos sufoquei
Abandonei tudo
Mudei


Do que restou de quem eu era
Apenas os velhos sentimentos por quem se esmera
Família, amigos...
Esses, nunca esquecidos



Entre destinos improváveis
O amor dos 16 anos renasce
Eis aqui aquele para quem cantarolei
A musica triste de uma alma infantil
E pra quem dei
Meu coração mais uma vez...


Aprendi amargamente que é preciso coragem
Que não existe fim para quem luta
Que sangue é o troco por correntes quebradas



Lágrimas de pavor
Rancor
Dor
Arrependimento... amor



Aprendi a viver de migalhas
Migalhas de afeto
Migalhas de ar
Migalhas de vida


Sou apenas estilhaços
Quebrada todos os dias
Triturada

Pó ao vento
Sem previsão
Vivo perdida
Sem emoção



Desejo que o próximo ano a vir
Não seja de choques
Tristezas
Reviravoltas
Cansei dessas metamorfoses
Sou borboleta
Negra em asas malditas
Que voam para longe
Sem me deixar escolhas



Quero congelar
Quero ficar
Quero repousar

... que venha enfim algum descanso para mim...



quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Fênix


Fogo
Deste ela renasce

Dele é ascendente
E nele arde


Do fogo nasce

Chama amarga
Flamula pura

Ódio mortal

Cabelos, labaredas
Um beijo, seu fel

Queima incandescente
Brasa intensa
Luz infernal
A todos hipnotiza
Lidera
Nos olhos, a guerra
Guerreira, menina
Da guerra, mulher

Luta febril
Arde em vitória
Derrota em cinzas
Das cinzas, fênix

Volta por cima
Lágrimas em sangue
Sangue vermelho
Do vermelho, fogo
No fogo, queima
Fogo a consome
Fogo se torna
Fogo é

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Fix You - Coldplay


♪ Quando você tenta o seu melhor, mas não tem sucesso.
Quando você consegue o que quer, mas não o que precisa.
Quando você se sente cansado, mas não consegue dormir.
Preso em marcha ré.

Quando as lágrimas começam a rolar pelo seu rosto.
Quando você perde algo que não pode substituir.
Quando você ama alguém, mas é desperdiçado.
Pode ser pior?

Bem no alto ou bem lá embaixo.
Quando você está muito apaixonado para esquecer.
Mas se você nunca tentar, nunca vai saber.
O quanto você vale.

Luzes vão te guiar até em casa
E aquecer seus ossos
E eu tentarei... consertar você... ♫

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Mesa de apostas

O problema é que temos medo...

Medo de fazer
Medo de dizer
Medo de esquecer
Medo... de lembrar
Medo de sentir
Medo de não sentir
Medo de mim...

Se arriscamos tudo, temos medo de não conseguir
Se não arriscamos, temos medo de perder a chance

A vida não é uma mesa de apostas
Mas o medo a torna a sombra do dado a rolar

Lance sua sorte
Aposte na vida... aposte na morte
Pois o limite é cruel
Mas a liberdade é inconsequente

Há algo de novo em tudo isso
E o que fazer... quando não tenho mais nada a perder?

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Evitável

Não existe em tuas palavras nem um único resquício de minha presença.
Não existe em teu sorriso nenhuma sombra da dor que dissestes sentir um dia.
Não há em teus olhos reflexo algum do que eu fui diante do que é agora.
Não há em ti marca que sirva de lembrança.
Mas há em mim o fogo do tempo perdido, a verdade do acontecido
Pois um dia me liguei a tua alma, e jurei que era para sempre...
Por mais que isso não se manifeste em minhas palavras, nem em meu sorriso, nem em meus olhos, e muito menos em todo o restante de mim.
Eis a barreira entre o evitável e o real, entre o que está guardado e o que não deve ser lembrado.
Talvez haja em ti o mesmo fogo, e, por tal, a mesma barreira.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Limitação

Eu tenho que acreditar no inimaginável, no impossível, no surreal. O racionalismo ao pé da letra não me faz feliz o bastante. Olhe-se no espelho... nem você mesmo é pura razão. Só de fechar os olhos e respirar fundo, eu sei... o intangível existe pra quem sabe viver.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Suspeita Sutil

Das determinações cegas
Vago pelo ermo esquecido
Tocando incertezas febris
E encarando realidades hostis
Ao mesmo tempo que me isolo de um mundo anterior
Vislumbro ao longe suas imagens distorcidas
Atitudes mal entendidas
Coisas que nunca compreenderei

Sei que teus olhos tristes
Perderiam um dia o brilho de vez
Golpeei três vezes
A ponto de me esquecer
Fico de joelho diante dos cacos do fracasso
A vilã perfeita, seu eterno laço

Fui vilã de uma história
E continuarei sendo para sempre
E como fim merecido
Acabo-me em castigo
Aceito minhas chagas como mártir
Visto as cicatrizes, exponho a dor momentanea
Mas não renego nada
Assumo que a vontade foi minha

Fecho meus olhos como uma suspeita sutil
Esquecida entre os arquivos
Passada despercebida pela revista inicial
Assim, jamais saberão da tormenta íntima
Que escandalizo em meus pesadelos
Da perda arrependida

Continuo a vagar, e já não me importo
Que a sede aperte cada segundo a mais
Esvaie-se a vida, vai-te com a dor
Que me auto provoco
Sua masoquista preferida
A vítima perfeita
E do sofrimento renasce a vilã
Fenix maldita que vem das cinzas
Cobre minh'alma de escuridão
Para que eu supere sua luz refletida
Por toda uma vida de solidão

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Beijo de Judas

Eu me dignifico a conter-me nessa auto análise, pois não existe argumento plausível, motivo considerável ou desculpa arranjada que explique a fé na sinceridade. Para mim, ela é deus extinto, força esquecida, talvez uma fábula. Isso não significa diretamente que eu me ponha a mentir a cada instante dessa vida, mas que quanto mais tento ser o que acredito ser, mais esbarro com a falácia.

Nas vozes mais meigas, saboreio o veneno... nos toques mais suaves, me arranham os espinhos... nas atitudes mais amigáveis, sinto golpes... nos rostos mais simpáticos, distingo máscaras sutis. A leve marca nas extremidades do rosto que separa tua verdadeira face daquela que aparenta é amplamente invisível a quem ainda tem esperança. O implacável sabor adocicado da mentira desata as mais harmônicas relações sociais. As aparências enganam... e como são eficazes nisso. Acredito que isso ocorra porque as pessoas desejam se deixar enganar.

O Interesse, companheiro fiel da Falsidade, baila entre os objetivos mais inimagináveis. A sociedade se desfaz e se refaz introduzindo em seu meio a política de que o amor existe. Às vezes me pego pensando que este é outro deus extinto... outro joelho caído por terra diante das forças tenebrosas do Beijo de Judas.

Beijo... doce expressão de afeto que tem dado vida as mais aparentes relações do extinto amor. Tomou Judas este ato e denegriu o uso do beijo quando encostou seus lábios deturpados em face santa com o intuito de apontar para a morte sua mais digna vitima. Podemos estabelecer deste antigo ocorrido o início de uma geração de Judas, que se beijam e se abraçam, fazem declarações de afeto, e em seu coração guardam os mais repugnantes pensamentos. Destes, afasto-me... e tenho-me tornado o resquício de dores e uma solitária nada preterida.

Não sou imaculada, pois herdei fragmentos da genética traidora. Inclinações são correntes intensas, mas lutar contra elas nunca é em vão. Garanto que entre afagos quentes e mentirosos e o inverno da verdade... prefiro indiscutivelmente morrer de frio.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Justificando

Quando algo é perfeitamente justificável, é porque é mentira.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Castelo

Como posso sentir o chão sob meus pés
Se não ao menos minha alma dormente reflete o tato sensitivo
Que deveria ter com minha própria mente?
Das palavras incertas, várias valetas
E a coragem confundida com a loucura
Perda total do medo, insanidade

Tenho-me perdido em meu coração
Travado uma guerra incoerente entre a dor e a paixão
Casando incansavelmente amor e ódio
Fantasia e realidade
Esquecimento e impulsividade
Nesta esfera esquecida por Deus
Encontro tão ingualmente ignorada
Não ouço mais a sua voz
Nem sinto mais sua presença

Como posso definir tal desmoronamento moral e emocional?
Bem, eu construí três castelos...
... e apenas descobri que todos eles eram feitos de areia...

Diálogo

" - Você está sempre perdendo coisas preciosas por não saber cuidar...

- Depende... existem coisas que querem ser perdidas... "

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Fogo

Eu simbolizo o início
Manifesto a minha força de maneira visível
Ajusto-me às pressões e à presença do mundo
Lidero as pessoas naturalmente
Não pela liderança
Mas por repulsa da cobrança

Aguento bem a solidão da impopularidade
Não preciso de tanto reforço social
Ou aprovação quanto outros

Sou o protótipo do herói de qualquer época
Sigo minha trilha solitária e pioneira mesmo sob a descrença
Gasto mais energia do que recebo
Lido muito mal com hipocrisias e mentiras
Preferindo as explosões de raiva de curta duração
Ao ódio temperado em banho maria anos a fio.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Pétala Dormente


A espada sempre esteve em suas mãos...
Por que é sempre você que fere e sangra
Essa natural forma de ser feliz
Que supostamente havíamos alcançado?
Errei em vida, morte e até espírito
Calquei a dignidade, ignorei a realidade
Traí, menti, dissimulei
E tão quanto vilã achei que era
Em tua hostil forma me amargurei
No fim de todas as somatórias
O vilão era você

Não vilão de minha história
Pois dessa, o cargo já é meu
Mas da sua própria vida
Pois renega
A ultima chance que lhe deu
Pois o mundo faz mais sentido se for racional
E tua mente limitada
Não sabe casar razão e fé

Das penúltimas trevas, a terceira prova
Pois enfrentastes com glória a luta do amor
Derrotastes a distância
E o terror
Mas como última inimiga, a duvida
Plantou-se em teu ser, bem no coração
Minha imagem desfigurada
Entrou em extinção
A presença Daquele que até os demônios temem
Raiz alguma possuía em tua alma
Logo se sufocou a semente
Que por tanto tempo tentou salvar

Em mim, as manchas de cada erro
Não renego minha condição
Mas jamais, em sã cosciencia
Renegaria a existência
De quem tanto amor me dedicou
Da tua palavra, o termo sagrado
Que minh'alma encanta em veneração

Enfim, teu temor
De que tudo fosse mera vaidade de tua alma
Se consuma nessa dor
Inflige em mim um ferimento a mais
Sobre tanta cicatriz que me causou
Já nem sinto, sob dormência e torpor
Diante dessa perda gradativa
Nem uma lágrima dou a ti
Pois desde o primeiro dia em que te beijei
Já te perdi

Vai-te, alma triste e confusa
Caia neste mundo que faz mais sentido para ti
Onde a morte e o pecado são naturais e eternos
E a maldade uma característica plena e sem fim
Aceite a vida apartada que escolhestes
E deixai-me cá com meus pecados particulares
Pois não compartilharei contigo nunca mais
Nem culpa nem olhares
Seca, coração meu, todo o restante líquido que resta dessa amor doente
Seca junto com a rosa e sua pétala dormente
Tempo, imponha teu poder
Sobre esse suspiro de vida que inflama
Escureça o vermelho vivo
Bem vindo ao novo drama
Caia por terra a última palavra
De que nada mais importa
Juntamente com a citação de um livro sagrado
Dessa chama que desprezas
1 Coríntios 13 é tão inválido para ti
Mentiste desde outrora
Pois se esta palavra é contraditória
Por que gravá-la em um colar para mim?
O solene "eu te amo" gravado da mesma forma
Desprezo estas palavras
E me conformo com o agora

De tudo que senti por ti um dia
Resta a pena e a compaixão
Mas não salvarei a ti dessa vez
Pois mal posso salvar a mim
Por isso, vire cinzas com a rosa
E deixe esse vento te levar
Para longe de minha alma
Que nunca mais irá te amar

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Indício de amor doentio

"Se você saísse da minha vida por escolha sua, seria pior do que se você morresse. É que estando morta, o vazio tomaria conta de mim, e haveria a tristeza do luto. Mas você não seria mais visível nem tangível. Sua presença seria a lembrança. Mas, estando viva e partindo voluntariamente, o vazio tomaria conta de mim, piorado pela dor de que você ainda existe, mas me rejeitou."

domingo, 31 de julho de 2011

Um pedaço de Eclipse/Saga Crepúsculo

"A pequena parte de meu cérebro que manteve a sanidade gritava perguntas para mim.

Por que eu nao estava impedindo aquilo? Pior ainda, por que eu nao conseguia encontrar em mim o desejo de parar? Significava que eu nao queria que ele parasse? Que minhas mãos se agarraram aos ombros dele e gostaram que fossem largos e fortes? Que as mãos dele me puxassem apertado demais em seu corpo, e no entanto nao fosse apertado o bastante para mim?

As perguntas eram idiotas porque eu sabia a resposta: eu estava mentindo para mim mesma.

Jacob tinha razão. Teve razão o tempo todo. Ele era mais do que apenas meu amigo. Por isso era tão impossível me despedir dele - por que eu estava apaixonada por ele. Também. Eu o amava, muito mais do que devia, e no entanto ainda não era o bastante. Eu estava apaixonada por ele, mas não era suficiente para mudar nada; era só o bastante para magoar nós dois. Para magoá-lo ainda mais do que eu já fizera.

Eu não podia me importar mais do que... do que com sua dor. Eu merecia mesmo qualquer dor que ele me provocasse. Tive esperanças de que fosse ruim. Esperava de fato sofrer.

Nesse momento, senti como se fossemos a mesma pessoa. A dor dele sempre foi e sempre seria a minha dor - agora a alegria dele era a minha alegria. Eu também me senti legre, e ainda assim a felicidade dele, de certo modo, também era dor. Quase tangível - ardia contra minha pele como àcido, uma tortura lenta.

[...]

E então, com clareza, senti a fissura em meu coração se estilhaçar com a menor parte que se separava do todo."

(Eclipse/Saga Twilight - Capítulo 23: Monstro)

sábado, 30 de julho de 2011

Espada

"Nunca havia estado tão dividida. Foi então que me dei conta do por que. Eu havia me jogado de verdade em cima da espada dessa vez, me ferido intensamente e me dividido em duas permanentemente. Em algum momento, teria de sacrificar um de meus lados através da escolha, mas se continuasse mantendo viva a duplicidade, a vida de ambas se esvairia."

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Descalça

"Sei que a morte não calçará meus pés, nem o tempo marcará os traços finos deste rosto meu, muito menos enfraquecerá esse amor que só é teu."

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Morena

Morena
Morena, Morena
O cabelo
Castanho, desliza
Esbanja-se

Olhos
Castanhos, profundos
Inquirem-me
Deleitam-me

Deita.
Deita, deita.
No meu colo
Oh, morena
Que é isto que tens, atrai-me
Que me busca, suga-me

Desmonta meu coração, descobre meus desejos
Decifra-me, abaixa minha guarda
Esparrama-se, gostosa, deliciosa
Por cima de mim

Descansa.
Dorme morena.
Pois eu estou aqui
Amando.
Sonhando contigo, tocando tua pele
Macia, a boca, úmida
Arrepia-me

Quando me toca com as pontas dos teus dedos
Minha nuca
Ah, que bom
Se se espreguiça
Meus olhos brilham
Na tua inocência
Sabe a beleza, e os desejos que desperta
Morena
Bem sabe

E este tolo
É todo você
Porque quando estás, estou
E quando diz que me ama
Sou todo coração para ouvir
E todo ouvidos para amar

Perdoa-me
Se sôo repetitivo
Charlatão, conquistador barato

Mas é que exploraram tanto esse escravo
Esse escravo, que se fingindo de escravo
É na verdade senhor
Desafiando qualquer conjectura humana
Para quebrar a lógica

Para fazer florescer a graça
Brincando conosco, esconde-se
Aparece

Mexe comigo, de você tira casca
E eu que achei que apanharia dele
E não é que se curvou, mostrou
Mostrou que gostava de mim, afinal
Que só brincou, para dar o gosto doce
De tudo que é árduo

E ele, o explorado
Estava conosco
Onde sentávamos, estava ele ali
Rindo, deliciando-se
Das carícias, das confissões deleitosas
Por que o estávamos fazendo
Produzindo, nascendo ali
No verbo conjugado
Amando.

terça-feira, 19 de julho de 2011

"Eu não quero mais estar casada"

"Eu não quero mais estar casada. Não quero morar nesta casa grande. Não quero ter um filho. [...]

Basta dizer que, naquela noite, ele ainda era, em igual medida, meu farol e minha ave de mau agouro. A única coisa mais inconcebível do que ir embora era ficar; a única coisa mais impossível do que ficar era ir embora. Eu não queria destruir nada nem ninguém."



(Comer, Rezar, Amar - Elizabeth Gilbert)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

O Intangível

Eu não sei dizer o que sinto quando sei que poderia estar
Mas prefere não estar
Nesse nosso mundo particular
Onde o universo nao sente
Somos solidão, amor não mais
Talvez sejamos mais que sentimento
Reais, tangíveis
Mas o que sentimos não se toca
Nem se define
Nem se quantifica
Então como posso acreditar?

Eu apenas posso afirmar
Que amei o que podia tocar
Mas por que chorei quando não toquei?
Havia algo de real no intangível
A dor do distante
Então existe força no que é invisível aos olhos
Mas dolorido ao coração
Isso é real

terça-feira, 5 de julho de 2011

...

Mais um dia seco.
Áspero.
O aspecto modifica-se.
Sim, estamos mudando.
Viajando através das estações da vida.

Uma infância estúpida... ou seria feliz?
Nada demais. Talvez alguns traumas.
Nada fora do comum... ou não.

Adolescência. Em teoria, seria nossa primavera?
Se era para ser, não foi.
Pensando melhor
Algumas alegrias, muito tempo jogado fora.
Algumas tristezas, desapontamentos.
Solidão em alguns momentos.
Companhia e aconchego em outros.

Um brilho nos olhos
Semelhante ao reflexo da luz nas calmas águas de um lago.
Vontade de mudar, de fazer.
É a vida que existe nas cores, nas frutas, nos animais. Em tudo.
Explosão de movimento e sentimentos.
Vontades e limitações.

Desperta a necessidade do amor, seja lá o que for.
Surge então, o outono.
Aquilo que me fazia brilhar, a vida primaveril.
Não existe mais, talvez adormecida para uma outra época.

Agora, no desespero, tento reunir as pétalas decaídas no meu outono.
Junto-as. Tento colá-las.
Ora... só as machuco. Tiro a forma que lhes resta.
Seu perfume se perde entre meus dedos e logo se esvai.

A cor opaca e a sensação fúnebre do outono me dominam.
Um quase que não querer viver. Quase que prevendo a eterna monotonia das estações.
Muito embora, elas mesmas estejam cheias das peculiaridades.

O ápice da estagnação chega com o inverno.
É assim que as pessoas estão.
Embora seus anseios, o mundo a sua volta esteja se transformando, elas vivem dentro de si o eterno inverno.
A solidão de suas vidas vazias as consomem.
Falta de objetivos, a amarga iluminação de que nada vale a pena...

Vivendo, vivendo.

Os sonhos surgem eventualmente numa manhã. Quando a neve brilha.
Como uma folha de papel em branco.
Esperando para ser preenchida pelas idas e vindas desta magnífica força que chamamos espírito, folego da vida.

Sim, pois, na verdade, embora nossas vidas pareçam tão sem sentido.
Inúteis, mera exalação diante da eternidade.
Um pedestre que passa rapidamente pela rua.
Um olhar solitário vagueando pela rua.
Quase que imperceptível.
Visto apenas pelos olhares mais atentos.

A humanidade então, na sua busca desenfreada pelo sentido. Movida, não pela esperança que as estações eventualmente oferecem, mas pelo folego da vida.
Que a motiva a caminhar neste mundo sórdido e cruel, onde nos prendemos numa jaula de carne e olhos. Cheio de mentiras, das quais também tomamos parte.

Seria mais fácil se deixar levar pelo mundo que existe em sua cabeça.
Um universo único, pouco estável, é verdade, singular para cada alma vivente.
Mas espere, eis que vejo algo que como um pássaro.
Ele está cansado.
Suas penas estão cobertas por uma fina camada de neve.
Com o raio do sol, aquele pássaro
Adormecido pela frieza do inverno das multidões
Chacoalha-se, livra-se do peso que a neve lhe causa.

Tem em vista então um luminoso dia
E quer se proteger
Seu ninho está vazio, e parece não representar mais proteção
Ele voa para lugares mais quentes.

No entanto, algo parece ficar neste ambiente gélido e mórbido.
Uma pequena esperança, de que o pássaro retorne.
Trazendo o calor de um abraço sincero.
Derretendo o gelo com lágrimas de compreensão.
Inundando de vida o inverno sertão.

A vista é turva.
Uma árvore solitária, com seus galhos secos
Contrasta com a neve
Diz adeus ao sol que se põe, e namora com os olhos o movimento suave do pássaro agora distante
Esperando ansiosamente o retorno deste seu companheiro.
Esperança.



sábado, 4 de junho de 2011

Relação de "O Manifesto Comunista" e o filme "A Revolta dos Bichos"

Esse é da época que eu fazia DIREITO. Beijuh!!!



Nome: Jessica Giampaolo Curso: Direito/Matutino

Professora: Aline Atassio/ Sociologia

Redação sobre o livro ‘O Manifesto Comunista’(Karl Marx) e o filme ‘A Revolta dos Bichos’(George Orwel)



Título: Teorias Utópicas de uma Sociedade Doentia

O mundo sempre se deparou com a questão: “O poder corrompe até mesmo o mais íntegro dos homens?”. Durante séculos, observando toda a história que antecedeu a atualidade, vemos claramente que nenhum tipo de governo foi completamente bem sucedido. Capitalismo, socialismo, comunismo ou qualquer outro possui defeitos que destroem a teoria inicial e corrompem a essência do que realmente representavam.

Karl Marx, conhecido pelas teorias de “O Manifesto Comunista”, acreditava que o comunismo poderia ser uma solução para a sociedade. Ele dizia que a classe proletária deveria se unir para lutar contra a burguesia. Mas, se a classe proletária aderisse às teorias socialistas e conseguisse a idealizada ascensão, como ficaria organizada a sociedade então?

Nesse ponto chegamos ao filme “A Revolução dos Bichos”, de George Orwel, que conta a história de uma fazenda onde os animais se sentiam explorados e resolveram se organizar para derrubar a opressão. De início, a essência do objetivo era fidedigna, e ela fazia uma alusão à perfeição. Mas, depois de reorganizada a hierarquia na fazenda, os porcos que detinham o poder foram corrompidos por tal, e todo o ideal se demonstrou falho.

Indica isso, então, que qualquer tipo de governo resultará em opressão? Está a sociedade condenada a ser divida em classes onde a maioria sofrerá com as diferenças referentes à subsistência? É a justiça dos homens meramente subjetiva e relativa? Karl Marx não teria respostas para essas perguntas, e muitos hoje também não as possui. Se a

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Mais um pouco de "Didática Magna"

Jessica Giampaolo (Aos Leitores)

Pedagogia/Ufscar


Visando o bem público, o livro “Didática Magna” traz, em sua carta aos leitores, a promessa da didática como arte universal, o ensino de modo correto, que não seja enfadonha, mas traga alegria e conduza a verdadeira cultura. Fazendo um apelo para que se preste atenção a esse trabalho com atenção, o livro diz que ensinar sobre a didática é ensinar a arte das artes, e é uma tarefa árdua. A preocupação com a didática é uma ideia que deve ser levada adiante, pois é isso que torna o homem versátil e complexo diante dos animais.

Na antiguidade, não se dava muita importância ao modo de se ensinar, mas apenas ao que era ensinado. Por isso, por muito tempo o mundo das letras e das escolas foi cansativo e enfadonho, além de deixar em seus estudantes incertezas e muitas falhas. Apenas os dotados de alguma habilidade superior conseguiam ir atrás de uma instrução mais sólida. Isso exigiu que se pensasse num método mais fácil e sucinto para ensinar. Com o tempo o ensino melhorou, mas não tanto quanto podia melhorar.

No caso do ensino, ou da arte de ensinar (didática), o assunto deveria ser estudado diretamente. Assim, o estudo árduo feito sobre a didática é decorrido no livro “Didática Magna”, sem intenção de se sobrepor a outros, mas apenas compartilhar o que foi observado.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Um pouco de "Didática Magna"

Jessica Giampaolo (texto: Utilidade da Arte na Didática/Didática Magna)
Pedagogia/Ufscar


É do interesse de muitos que a didática seja bem fundamentada. Pais se beneficiarão por ter a certeza de que seus filhos terão um bom ensino, os filhos (estudantes) serão conduzidos ao saber sem dificuldade, os preceptores não precisarão se arriscar por este ou aquele caminho gastando tempo e energia, as escolas serão atrativas e melhorarão indefinidamente, e até mesmo a sociedade terá seu principal fundamento atingido: a educação dos jovens.

O livro “Didática Magna” trata do ensino do ponto de vista religioso. Cita que até mesmo a Igreja se beneficiaria do ensino bem fundamentado, pois obteria mais discípulos capazes. No entanto, pela observação, notava-se que muitos homens iam a Igreja, mas não estavam atentos ao que era ensinado, e mesmo que estivessem atentos, eles se encontravam num estado de torpor mental, o hábito de manter a mente obtusa, de não apreender o que ouviam. Por isso a didática deveria estimular na juventude uma mente mais vigorosa, uma mente pronta para acatar e realmente escutar o que se ensina, visto que o ser humano tem essa habilidade incrível de transmitir a sabedoria.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Durkheim - A Sociologia como Ciência

SOCIOLOGIA: Campo disciplinar especifico

Parâmetros com as ciências naturais

Contexto histórico: 1858 – FRANÇA

1848: instabilidade política – burguesia e proletariado se juntam contra Luís Felipe e instalam a Assembleia Nacional Constituinte e a Legislativa Nacional.

Durkheim vive o período da III República, época de problemas de unidade e coesão nacional. Quando ele tinha 13 anos, houve o excesso cometido na repressão de Comuna de Paris em 1871.

Economia: Expansão mundial do Capitalismo. Ciência valorizada no progresso material e moral da sociedade, voltada ao progresso da indústria. Cultura burguesa se expande pelo mundo, com um “culto ao individualismo”. Durkheim se preocupou com a educação moral por causa disso. Precisava-se fortalecer os laços sociais e o amor pela coletividade (envolver-se em valores e objetivos comuns).

DEPRESSÃO DO SISTEMA CAPITALISTA DO SÉCULO XIX (Durkheim entra em seu percurso de formação intelectual). Argumentos explicativos da ordem social moderna encontrados nos fatos históricos.

DURKHEIM – MÉTODO COMPARATIVO (crenças iluministas)

Sociedade: lugar central e irradiador dos valores éticos de uma época.

BUSCA DO CONSENSO – FUNDAMENTAL PARA A CONSTRUÇÃO ESTADO-NAÇÃO

Fenômenos sociais devem ser investigados cientificamente.

Objeto: SOCIEDADE (COMPLEXA E FLEXÍVEL – aderente as coisas que a cercam)

Isso afirma a exterioridade do fato social – para se ter efetividade nos resultados, deve-se ter muito empenho no estudo e na investigação.

Sociologia pode ser auxiliada pela historia, direito, psicologia e economia.

ESTUDO DOS FENÔMENOS SOCIAIS – REAL E EXTERIOR AO INDIVIDUO (SE IMPÕE AO INDIVIDUO)

Sociedades: ordenadas e reguladas por leis – relações de causa e efeito.

Ciencia nova – medo de Durkheim e preferencia em estudar normas cristalizadas e sistemas de regras morais já estabelecidas.

METODO CIENTIFICO – assim como se investiga as ciências naturais (GENESE) – INFLUENCIA LINGUAGEM DA SOCIOLOGIA DE DURKHEIM (organismo social, espécies de sociedade).

FATOS SOCIAIS EXPLICADOS APENAS POR OUTROS FATOS SOCIAIS

Para se compreender como se funciona uma instituição social, temos de levar em conta seu desenvolvimento histórico, pois as partes desta instituição foram se agregando a ela progressivamente vindo de origens diversas, constituindo sua morfologia atual.

MORFOLOGIA: ESTUDO DA FORMA

FATO SOCIAL: TODA MANEIRA DE AGIR FIXA OU NÃO, SUSCETÍVEL DE EXCERCER SOBRE O INDIVÍDUO UMA COERÇÃO EXTERIOR.

Desembaraçado de impulsos PESSOAIS

Nascemos numa sociedade já organizada, regulamentada e constituída, e esta impõe sobre nós o estabelecido. PROVA DA EXTERIORIDADE DO FATO SOCIAL (EXTERIOR AO INDIVÍDUO).

A sociedade não existe sem pessoas, mas o TODO SOCIAL NÃO é a soma de suas partes, pois (exemplo) uma sala de aula com vários indivíduos pensam igual, mas diferente de cada individuo separadamente isolado.

Fato social: COISA!!!!

Fato social é obra coletiva, nasceu da interação de indivíduos e por isso tem ascendência sobre eles. Ele tem poder imperativo e coercitivo sobre nós. Existe um campo estruturado em maneiras de agir, pensar e sentir exteriores a nós, mas que se impõem quer queiramos ou não.

Os fatos sociais são também coisas ignoradas, porque, apesar de estarmos convivendo com eles, os apreendemos a partir de impressões confusas. Para conhecê-los cientificamente, temos de utilizar o método científico, com experimentação e análise, sem reflexões humanas, com preconceitos e paixões.