terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Cortinas

O som daquilo que reluz
Não é a imagem do indefinido
Quando a alma permite ser refletida
A voz tremida clama teu nome
É apenas uma voz
Que não vem de lugar nenhum
E ainda chama por mim
O vento ofusca
Como a luz do sol sobre o arco dourado
Onde a dor estende os braços
E toca a alma inconfundivelmente
Relembrando os bons tempos
Enquanto o telefone toca
E eu me recuso a atender
Pensando na possibilidade
De ouvir a última vez
O som daquilo que mais temo
E ter na mente a imagem do que odeio
Então ter que admitir que na verdade
Eu amo
Como na primeira vez
Em que provei das nuvens
Quando o sol não podia mais alcançar
E a chuva deixou estar
Suas cortinas eternas
Cobrindo meu mundo para sempre

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