Morena
Morena, Morena
O cabelo
Castanho, desliza
Esbanja-se
Olhos
Castanhos, profundos
Inquirem-me
Deleitam-me
Deita.
Deita, deita.
No meu colo
Oh, morena
Que é isto que tens, atrai-me
Que me busca, suga-me
Desmonta meu coração, descobre meus desejos
Decifra-me, abaixa minha guarda
Esparrama-se, gostosa, deliciosa
Por cima de mim
Descansa.
Dorme morena.
Pois eu estou aqui
Amando.
Sonhando contigo, tocando tua pele
Macia, a boca, úmida
Arrepia-me
Quando me toca com as pontas dos teus dedos
Minha nuca
Ah, que bom
Se se espreguiça
Meus olhos brilham
Na tua inocência
Sabe a beleza, e os desejos que desperta
Morena
Bem sabe
E este tolo
É todo você
Porque quando estás, estou
E quando diz que me ama
Sou todo coração para ouvir
E todo ouvidos para amar
Perdoa-me
Se sôo repetitivo
Charlatão, conquistador barato
Mas é que exploraram tanto esse escravo
Esse escravo, que se fingindo de escravo
É na verdade senhor
Desafiando qualquer conjectura humana
Para quebrar a lógica
Para fazer florescer a graça
Brincando conosco, esconde-se
Aparece
Mexe comigo, de você tira casca
E eu que achei que apanharia dele
E não é que se curvou, mostrou
Mostrou que gostava de mim, afinal
Que só brincou, para dar o gosto doce
De tudo que é árduo
E ele, o explorado
Estava conosco
Onde sentávamos, estava ele ali
Rindo, deliciando-se
Das carícias, das confissões deleitosas
Por que o estávamos fazendo
Produzindo, nascendo ali
No verbo conjugado
Amando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário