segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Príncipes encantados não existem

Vejo a brisa passar e atravessar o saguão
Como um adeus que possui meras considerações
E muitas dores insignificantes
Inocentes noites de tormentos infantis
Medo do escuro, medo do amor
Quem não sente falta de épocas assim?
Os problemas se resumiam a contos de fadas
Eu disse uma vez ao meu príncipe encantado
Que ele era a melhor pessoa do mundo
Mas havia me esquecido
Que príncipes encantados não existem

Estou aqui em meu mundo destruído
Entre as ruínas
Esperando a brisa passar e levar consigo as vozes ruins
Esperando a dor passar
Acreditando que cada lágrima será a última
Acreditando que sua doce presença não seja a culpada
Por cada dor
Por cada medo
Por cada erro
E principalmente acreditando
Que não foi você que destruiu meu mundo

Não posso mais vestir essas velhas cicatrizes
Chorar pelo paraíso perdido
Ou rir dos nossos antigos erros
O que estamos fazendo com nós mesmos?
Somos juntos um erro, e separados maior erro ainda
Possuímos essa distância confortável
E esse vínculo eterno que só nos causa a velha mágoa
Que eu queimo e faço subir à aura da manhã
Como um incenso espesso que não nos deixa respirar

Entre as cinzas do que um dia foi amor
Encontrei uma velha carta
Com as bordas perdidas, como meu coração
As palavras que restavam diziam
Que deveria te perdoar caso tudo isso fosse mera vaidade
E que se eu não entendesse
Não tinha do que te perdoar
Então eu tenho muito do que te perdoar
Pois encontro entre as ruínas
Sua vaidade perdida
Minhas ilusões

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