sexta-feira, 9 de julho de 2010

Ópio

Ela me disse que não haviam mais suspeitos
O óbvio flagelava entre as últimas vozes
Da forte restante melodia de vida que se foi
E apontavam sombriamente
Para uma única pessoa

Então, por favor, pare de procurar
Isto se torna o ópio da inocência
Ou a má vontade em resolver
O que deveria ser prioridade
Inscrito em cada gesto do seu ser

Não se trata de mim, não se trata de você
São apenas verdades derramadas como sangue
Espalhadas como se pudessem gritar
Implorando apenas a solução final
Para poder partir em paz

Pode ouvir a voz desse garoto?
Agora você ao menos sabe
Que fez tudo o que podia
E eles nem ao menos entendem
O real motivo

Alguém se importa com o depois?
E se eu disser que só me importo com a justiça?
Pago todos os pecados como uma pecadora não arrependida
E orgulhosa de um erro que não me pertence
Isso é glória, e não morte
Então talvez beije minha mão ao dar-te o que nunca deveria ter
Morte a quem perde a vida por vaidade
E penitência para quem deseja viver

Está acabado
As vozes silenciam
Como se o seu suspiro fosse a porta do céu
Vai-te, doce adeus do obscuro
E eu permaneço como a última forasteira desse ópio
Andando no vento antes do temporal

Um comentário:

Anônimo disse...

"Alguem se importa com o Depois?" marcou e doeu.

texto forte,
marcado por uma especie de revolta e de apelo.
apelo por justiça, equilibrio e paz.
paz interna, quer ter vida propria, mas o mundo lhe incomoda e isso voce nao consegue deixar de lado pra voce ter tua tao sonhada paz de espirito.