quarta-feira, 7 de julho de 2010

Algumas Regras

A vida possui algumas regras claras
E às vezes você pode não entender
É por isso que as pessoas erram
Pois não assimilam o que deveriam aprender
De uma queda

Quando um fato não dá certo
É obvio que em sua formação há um defeito
Então por que insistir no erro
Na tentativa ilusória de tentar fazer funcionar?

Não entendo por que voltei por essa estrada
Ignorando a chuva fria que adoece o corpo
Ou o vento crítico que me força para trás
Apenas me lembro de estar perdida em algum canto da terra
Esquecendo até mesmo quem eu era
Definhando desde as estruturas básicas
Sobrevivendo, e não vivendo cada dia
Lembro-me que as pessoas não tinham rosto algum
E que eu não podia sentir o gosto e nem a textura
E que não podia mais ouvir
Na verdade, eu nem ao menos queria ouvir
O motivo?
Ri de mim mesma ao reconhecer
O poder que o coração tem sobre a alma
Quando este adoece, ela se perde
E não existe cura para quem se perdeu
Amar às vezes é uma escolha insana
Entregar-se ao delírio, e à alegria momentânia
Eis a distância que a convivência impõe
E um pouco de malicia nas mentes humanas
Traição não é um golpe fácil do qual se recuperar
Eu sabia que Shakspeare estava certo
É o amor, não o tempo que cura todas as feridas
Mas não podia me apaixonar novamente
Enquanto meu coração ainda se encontrava em pedaços
Impossibilitado de bater outra vez

Me lembrei de um rosto amado
Alguém que eu mesma havia magoado
Voltar e me redimir?
Teria que pagar um preço, mesmo assim
Enfrentei o vento e a chuva do tempo
Em busca de recuperar o passado
Eis que encontro meu amado
Mas seu coração não está mais onde estava
Desde o dia em que o deixei
Ele agora tem outras prioridades
Outros efeitos, outras vaidades
Ama-me?
Talvez sim, talvez não
Mas se o sim bastasse, eu não me importaria
Prefiria até mesmo o não
Pois haveria uma firme posição
E eu não poderia ter esperança
Mas o talvez me mata todos os dias
Ele me prende aos grilhões de um coração reconstruído
Mas não perfeito
Que bate em ritmo doentio, ferindo cada fissura ainda restante
Meu amor já não é mais sadio
Sempre será uma dependência indomável
Uma dor insuportável
Ou o tenho por inteiro, ou sinto-me em abandono
Eu te amo como nunca amei antes
E como não deveria amar
E o talvez ainda sussurra para mim
Que hei de perder-te... basta um dia a mais...
Mas a incerteza me prende à tua mão
E eu espero nessa solidão
Pelo dia em que não mais estarás aqui
Será esse o dia
Em que eu não estarei mais para o fim
De uma vida que tomou o rumo errado
Por não saber amar

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