sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Anos e anos

Olá queridos leitores!




Deixo para vocês meu último poema de 2010.





Os anos correm por nós, deixando marcas no tempo
Marcas em nosso rosto
Mas principalmente em nosso coração



O passado é a sombra do futuro
O tempo passa por você voando
Nada é como planejado... então não se apegue demais aos seus planos
O acaso pode ser legal... permita que ele te surpreenda
E faça um dia ser bom, por não ser rotina



Aprendemos algumas lições novas
E algumas antigas não aprendemos mesmo
Falta muito de mim a se completar
E creio que em você também



Alguns amigos mudam completamente
E não são tão mais amigos assim
Outros continuam exatamente os mesmos
E isso é o que os torna tão incríveis


Quando tudo está perdido
E você pensa que está sozinho
Alguém te salva da forma mais inimaginada
Mesmo que você não mereça
E não espere dele nada




Quando você se acha um completo idiota
E erra da forma mais tonta possível
Descobre que com seus erros pode ensinar outros
A agir melhor, ou pelo menos se consolar





Escrever é a arte dos indecisos
E eu nunca decido nada
Por isso me encontro sempre perdida
E escrevendo





Rir é a forma mais medíocre de encarar um problema
A mais infantil
Mas também, a mais plausível e menos sofrida



Imagens são a eternização de momentos que nunca mais existirão
Tudo muda todo o tempo
E a essência principal é meramente instantânea



Amor é o âmago da vida
E o emocional é o estabilizador da mente humana
Mas depender disso pra tudo pode matar você



Você pode achar que sua família não te entende
Que você é um injustiçado
Mas é nos piores momentos que você descobre o quanto são valiosos
E, oh que surpresa, sim, eles te amam



Alguém sempre vai precisar de você como ombro amigo
Não seja rude, nem insensível
Chore com a pessoa, sofra com ela... empatia é o que realmente nos dá pontinhos no céu




Um dia de loucura é perdoável
Erre, grite, faça o que te der na telha
Mas saiba ser responsável
Porque terá de lidar com as consequências amanhã


Se o amor da sua vida desmoronar seu mundo
Não se condene a ficar soterrada nas ruínas desse amor
Mande tudo pro inferno e recomece
A força emocional é um dom feminino, e um orgulho de décadas
Seja mulher, e faça parte desse orgulho



Ouvir músicas nos motiva
Então saiba escolher algumas que combinem com o momento em que você se encontra
Claro que se você costuma ouvir coisas que degradam imagens feminas
Precisa rever seus conceitos... o que você ouve revela o que você sente e gostaria de ser





Se perca na fantasia algumas vezes por semana
Viver outras realidades te faz compreender melhor a sua
Então mergulhe em cada emoção, em cada ficção
Mas não se esqueça de voltar a si mesma na manhã seguinte


Ame, mas não mais do que a si mesma
O amor é de cristal, frágil e quebrável
Quando ele quebrar, depende do nível de amor próprio saber se há recuperação
Ou não...



Tire de cada dia um sabor
De cada sabor, uma alegria
Seja ela no trabalho, no estudo, ou no cara ao seu lado



Ande a pé, tome um banho de chuva
Coma apenas verduras e frutas por um dia
A natureza foi criada pra nós



Não espere da vida o que não espera de si mesma
Dê o melhor de si em tudo que puder
Se algo ocorrer baseado em má fé
Tire de letra, e enfrente o que vier




Lembre-se dos que já se foram
Sorria pelas coisas boas, e chore se bater a saudade
Eles já estiveram cheios de vida como você
E assim como eles, o amanhã pode te levar com ele quando se tornar o ontem



Apenas viva, não se deixa isso pra depois
Porque o depois, às vezes, pode não vir a existir
Você não pode mudar o ontem, e não pode antecipar o amanhã
Então, quem sabe o hoje não seja o dia mais importante?


(1 minuto de silêncio por 2010 :P)


Meu último Jakisses de 2010 galerinhaaaaaaaaa!!!


Amo vocês *-*

domingo, 19 de dezembro de 2010

Cálice quebrado

Apenas os cansados tem o direito de suspirar
Nos erros vãos, em momentos insanos
Sem voz
Do que é certo, do que é errado
Apenas uma voz
No fundo de um coração
Deixando fluir
Um último suspiro

Tenho no meu caminho
Um amor perdido
E completo
Uma cicatriz
Imcompleta
E algumas vantagens
Que não fazem sentido pra mim

Posso chorar no seu ombro?
O sal que ficar em sua camisa arruinada
Não fará sentido pela manhã

Eu caminhei pelas mesmas sombras
E disse "olá meu amor"
Como se não houvessem apenas suspiros
E algumas lágrimas para descontar

Pode me perdoar por tanta menção sem significado?
Pela garrafa vazia na sua janela
Ou pelo cálice quebrado no canto da sala?
O que corre em minhas veias agora não está adoçando minhas palavras
A verdade é que vou sair pela porta
E não voltar nunca mais

Promessas, promessas
Por que sinto que estarei batendo na sua porta
Na manhã seguinte
Mais uma vez?
Eu sempre volto
Você sabe
Melhor que eu
Por isso nunca me pede pra ficar
Não precisa disso
Eu te ouço chamar
Nos meus sonhos

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Circuito

Eu prometo solenemente
Não andar mais por estas sombras
Das quais tem me alertado toda a vida
Teria sido mais fácil
Tão mais feliz
Se eu tivesse ouvido desde a primeira vez
Mas como condenados a morte
Simplesmente caímos pelo caminho
Doente em minha própria mente
Que transborda do meu coração
Para meus lábios indecisos e imbecis
A voz do pesadelo
Mais uma pecadora com muitas desculpas
Que estás acostumado a ouvir
Então me perdoe
Se eu não sou como todos parecem ser
Me perdoe
Por não conseguir entender
Me perdoe por essa voz em minha alma
Que me arrasta para esse momento doentio
Sou o mal que desprezas
E acredite
Desprezo a mim mesma
Porque nem ao menos posso conviver
Com minha insensatez
Eu queimei minha última sensação
Como um adeus apaixonado
Então clamei pela vida
Em sua luz
Uma luz que me cega
A luz que deveria me fazer ver
Por que não desconecta todo meu circuito?
Corte essa energia
E me esqueça como o que realmente sou
Pó...

... como posso deixar que apenas isso aconteça?
Não existe sentido em desistir
Então me ajoelho e me arrasto até você
Choro balbuciando teu nome
Tencionando uma outra chance
Porque o sentido de tudo que entendo
De tudo pelo que luto
É você
E quando me estabilizo em mim mesma
Tudo volta ao equilíbrio
E eu posso dormir

domingo, 5 de dezembro de 2010

Ponteiros

Ouça os ponteiros do relógio
O tempo ainda está passando
Estou diante do espelho
E não vejo meu reflexo
Talvez eu só esteja acostumada com minha imagem
Ou acostumada com a rotina
E meus constantes erros
Isso é triste de admitir
Admitir que erro sempre da mesma forma
Cansei de mim mesma
Por isso cansei de você

Posso correr e gritar
E dizer como realmente me sinto?
Preciso ter alguma reação
Isso está morto demais
O tempo passa
Mas me sinto congelada
O sentido desapareceu

Veja meu relógio
No seu também já é meia-noite?
Olhe em volta e veja como não ornamos em nada
Cansei de fingir ter um romance perfeito
Porque você não é
E muito menos eu

Estou sacudindo as estrelas
E puxando da aura da manhã
Sua última essência
A voz do inesquecível
E tentando me lembrar
Porque o tempo parava
Quando você me abraçava
E sabe qual a resposta que eu obtenho?
Eu realmente gostava de te amar
Mas quando se olha no espelho
E não se consegue mais obter um reflexo
É porque sua imagem desgastou
Então está na hora de desistir
Ou de mudar

Vamos dar a volta por cima
Por que vou chorar?
Costumamos chorar por mortos
E algo morreu aqui
Mas nada que me deixe uma dor eterna
Talvez só uma cicatriz
Então chore também
Fará mais sentido assim

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Velhas Folhas

Eu entrei no antigo lugar
Pisei nas velhas folhas
Onde costumávamos viver um conto de fadas
Olhei para o alto
Passei pelo saguão
Imaginando como era tudo

Eu não deveria estar aqui
Não é o mesmo lugar
Eu realmente não deveria estar aqui

Então me perdoe, meu amor
Se eu não sigo mais a sua sombra
Me perdoe, amor
Por ter deixado isso acabar
Me perdoe, amor
Por ter deixado de te amar

Eu encontrei tudo escuro
Em preto e branco
Onde foi parar a nossa cor?
Onde estão os sorrisos?
Onde está a vida?
Não resta nada aqui

Vim apenas para constar
Que realmente nosso amor estava abandonado
Como uma casa velha
Esquecida pelos donos ocupados demais
Com a própria vida

Então me perdoe, meu amor
Se eu desisti de um caso perdido
Me perdoe, amor
Se eu não consigo amar por nós dois
Me perdoe, amor
Se isso já estava por um fio

Eu queimei a última carta
Apaguei a última luz esquecida
Tranquei as portas do fundo
E joguei a chave fora
Te encontrei na esquina seguinte
Você disse "olá, amor
Eu ainda amo você
Por que trancou todas as portas?"

Eu mal poderia responder
Apenas passei por você
Sem olhar para trás

Então me perdoe, meu amor
Se não posso te dar uma segunda chance
Me perdoe, amor
Se cansei de esperar
Me perdoe, amor
Por não ser forte o bastante

O vento soprou
Passou pela casa
Ultrapassou as frestas das janelas
Varreu todo o saguão
Mal fez diferença no descolorido
Arrastou as velhas folhas
Algumas se libertaram por deibaixo das portas da frente
E eu senti
O exato momento
Em que elas passaram por você
Parei de me afastar por um momento
E a última delas passou pelo meu ombro
Como um último pedido
Eu disse apenas "não"
E ela caiu ao chão