terça-feira, 22 de maio de 2012

Nuvens Infiéis

Às vezes eu olho para trás e vejo algumas nuvens infiéis
Escondendo verdades que um dia fizeram sentido
É engraçado sentir algo que não se sente mais

Inexplicável chama de um mundo anterior
Esse revés me entristece
E me revigora

Rostos sutis entre as cortinas
Gritos sussurrados pelos vãos das portas
Sorriso doce apagado pelo tempo
É engraçado entender coisas que eu nunca entendi

Olhando pelos cantos de uma casa pequena
Chão desconhecido, vozes tão longe
No espelho, um novo reflexo

Algo continua sendo a mesma coisa
Um quê de febril nesse olhar doente
Alguma lágrima não derramada na hora certa
Alguma dor não sentida realmente
Alguma alegria perdida
É engrado ouvir aquilo que eu nunca ouvi

Ouço através das memórias
Ouço através de mim
O retrato vivo de algumas vitórias derrotadas
Uma infiel discreta pelas tardes de domingo
A andarilha perfeita entre os esquecidos
É engraçado saber coisas que eu nunca soube

A verdade concluída entre eu e eu mesma
Fluiu severamente entre as poucas felicidades e as inúmeras mentiras
Encontramos no presente a atual razão destruída
Não existe mais alicerce algum
Então não posso dizer que há amor realmente
Mas a tentativa mais sincera
De pelo menos fazer ele realmente feliz dessa vez
É engraçado fazer coisas que eu nunca fiz...



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