quinta-feira, 17 de maio de 2012

Mãe

Mãos ternas
Abraço maternal
Cantiga de ninar
Perfume suave
Mãos dadas
Ruas para atravessar
"Como foi seu dia?"
"Boa noite, te amo filha"

Há vezes tenho saudade do que nunca aconteceu
Dor, tristeza... apenas a parede e eu
Quarto escura, piso frio
Janela aberta, noite de abril
Chuva forte, lágrimas no mesmo compasso
Cercada de pessoas, sozinha no espaço
Onde está a imagem nobre da mulher doce que deveria ser meu porto seguro?
Ela nunca existiu
Nem no passado, nem no presente, e nem virá no futuro

Quem é você, mulher feita de vento e odio?
Quem é você, que tece a dor e me faz sangrar todas as noites?
Quem é você, detentora do mal, fúria indomável?



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