Às vezes a gente se despede aos poucos
Aos pedaços
A prazo
Desistimos de uma particula da pessoa de cada vez
A cada mágoa
A cada erro
A cada nada
Perdemos gotas de afeto
Pingos de amor
Rastros de dor
E o processo do adeus pode ser tão longo
Durar dias, meses, anos
Mas de estilhaço por estilhaço
Quebra-se o coração inteiro
Alguns chamam-nos de covardes
Outros, de mártires
Mas se despedir aos poucos não é medo de acabar
É apenas esperar o tempo dizer com todas as letras
Que o que se construiu se perdeu
E sem trauma ou dúvidas
Jogar fora o nada
E não algo inteiro
Dizer adeus soletrado
É acabar com o que não existe mais
E isso não dói...
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