terça-feira, 19 de março de 2013

Adeus Soletrado

Às vezes a gente se despede aos poucos
Aos pedaços
A prazo

Desistimos de uma particula da pessoa de cada vez
A cada mágoa
A cada erro
A cada nada

Perdemos gotas de afeto
Pingos de amor
Rastros de dor

E o processo do adeus pode ser tão longo
Durar dias, meses, anos
Mas de estilhaço por estilhaço
Quebra-se o coração inteiro

Alguns chamam-nos de covardes
Outros, de mártires
Mas se despedir aos poucos não é medo de acabar
É apenas esperar o tempo dizer com todas as letras
Que o que se construiu se perdeu
E sem trauma ou dúvidas
Jogar fora o nada
E não algo inteiro


Dizer adeus soletrado
É acabar com o que não existe mais
E isso não dói...