quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Fogo

Eu simbolizo o início
Manifesto a minha força de maneira visível
Ajusto-me às pressões e à presença do mundo
Lidero as pessoas naturalmente
Não pela liderança
Mas por repulsa da cobrança

Aguento bem a solidão da impopularidade
Não preciso de tanto reforço social
Ou aprovação quanto outros

Sou o protótipo do herói de qualquer época
Sigo minha trilha solitária e pioneira mesmo sob a descrença
Gasto mais energia do que recebo
Lido muito mal com hipocrisias e mentiras
Preferindo as explosões de raiva de curta duração
Ao ódio temperado em banho maria anos a fio.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Pétala Dormente


A espada sempre esteve em suas mãos...
Por que é sempre você que fere e sangra
Essa natural forma de ser feliz
Que supostamente havíamos alcançado?
Errei em vida, morte e até espírito
Calquei a dignidade, ignorei a realidade
Traí, menti, dissimulei
E tão quanto vilã achei que era
Em tua hostil forma me amargurei
No fim de todas as somatórias
O vilão era você

Não vilão de minha história
Pois dessa, o cargo já é meu
Mas da sua própria vida
Pois renega
A ultima chance que lhe deu
Pois o mundo faz mais sentido se for racional
E tua mente limitada
Não sabe casar razão e fé

Das penúltimas trevas, a terceira prova
Pois enfrentastes com glória a luta do amor
Derrotastes a distância
E o terror
Mas como última inimiga, a duvida
Plantou-se em teu ser, bem no coração
Minha imagem desfigurada
Entrou em extinção
A presença Daquele que até os demônios temem
Raiz alguma possuía em tua alma
Logo se sufocou a semente
Que por tanto tempo tentou salvar

Em mim, as manchas de cada erro
Não renego minha condição
Mas jamais, em sã cosciencia
Renegaria a existência
De quem tanto amor me dedicou
Da tua palavra, o termo sagrado
Que minh'alma encanta em veneração

Enfim, teu temor
De que tudo fosse mera vaidade de tua alma
Se consuma nessa dor
Inflige em mim um ferimento a mais
Sobre tanta cicatriz que me causou
Já nem sinto, sob dormência e torpor
Diante dessa perda gradativa
Nem uma lágrima dou a ti
Pois desde o primeiro dia em que te beijei
Já te perdi

Vai-te, alma triste e confusa
Caia neste mundo que faz mais sentido para ti
Onde a morte e o pecado são naturais e eternos
E a maldade uma característica plena e sem fim
Aceite a vida apartada que escolhestes
E deixai-me cá com meus pecados particulares
Pois não compartilharei contigo nunca mais
Nem culpa nem olhares
Seca, coração meu, todo o restante líquido que resta dessa amor doente
Seca junto com a rosa e sua pétala dormente
Tempo, imponha teu poder
Sobre esse suspiro de vida que inflama
Escureça o vermelho vivo
Bem vindo ao novo drama
Caia por terra a última palavra
De que nada mais importa
Juntamente com a citação de um livro sagrado
Dessa chama que desprezas
1 Coríntios 13 é tão inválido para ti
Mentiste desde outrora
Pois se esta palavra é contraditória
Por que gravá-la em um colar para mim?
O solene "eu te amo" gravado da mesma forma
Desprezo estas palavras
E me conformo com o agora

De tudo que senti por ti um dia
Resta a pena e a compaixão
Mas não salvarei a ti dessa vez
Pois mal posso salvar a mim
Por isso, vire cinzas com a rosa
E deixe esse vento te levar
Para longe de minha alma
Que nunca mais irá te amar

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Indício de amor doentio

"Se você saísse da minha vida por escolha sua, seria pior do que se você morresse. É que estando morta, o vazio tomaria conta de mim, e haveria a tristeza do luto. Mas você não seria mais visível nem tangível. Sua presença seria a lembrança. Mas, estando viva e partindo voluntariamente, o vazio tomaria conta de mim, piorado pela dor de que você ainda existe, mas me rejeitou."